Pling...pling...pling, a doce sinfonia de gotas d'água indo ao encontro da porcelana fria
Atesto minha sanidade, pois penso ter sentido o friccionar do mármore contra meu rosto
Desperto, sozinha nesta núpcia acetinada insossa
A seda percorre as vulnerabilidades expostas
É noite! Reconheço o silêncio do túmulo à meia-luz
No hipnagógico, vejo sua sombra pela espreita
De olhos semicerrados, sou capaz de bocejar teus contornos
És sina, sortilégio ou mal agouro
Aproxime-se, quero implorar, mas sou arrebatada por Hipnos
Sobressaltada, encharcada e vazia
Sedento por ti, ser que paira meus sonhos
Ou serão pesadelos?
És salino o teu gosto, aveludado teu toque e pressionas minha nuca
Sinto ofegante e sinto extasiante
Acordo, sozinha?
Íntimo, minha respiração pesada e ansiosa
Sussurro por tua presença... e esse néctar
De joelhos sobre a cama, abraça-me e afaga meus cabelos anelados
Apazigua meu choramingar
És real?
Pling...pling...pling,nosso suor que goteja no lençol de marfim
Não sei o que é mais torturante
Sua presença ou sua ausência
Pobre de mim, percebo teu frescor em minha boca
Cereja de tentação
Desvende-me...
Não, não há necessidade
Pois em teus braços desabrocho com uma flor
Incubus, não me levas contigo
E aprisiona-me. Oh o ar da sua graça e o almíscar do seu odor
Desintegro-me em poeira e evoco toda noite pundonor
Sinto teus dedos à acariciar meus lábios. Não há recato ao dedilhar,
É manhã, sei que voltas às sombras
Porém teu corpo, mesmo a distância
Irei alcançar
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